A inteligência artificial (IA) é uma revolução tecnológica que já está transformando o marketing de conteúdo, tanto nas estratégias, quanto na produção. A cada momento, novas tendências estão surgindo, decorrentes dessa ferramenta poderosa.
É preciso ter um jogo de cintura para continuar produzindo conteúdo relevante e autêntico nesse contexto. Este artigo explora as mudanças que o marketing de conteúdo está passando, e oferece alguns insights práticos sobre o que você pode fazer para não ficar de fora das tendências de 2025 e 2026.
1 – IA nos processos
De acordo com uma pesquisa do Content Marketing Institute, 81% dos profissionais de marketing B2B já usam a IA no seu trabalho. No entanto, apenas 19% usam IA de forma integrada nos processos. O potencial da IA vai muito além de gerar textos ou corrigir ortografia; ela é uma ferramenta poderosa que pode alavancar a sua produtividade. Veja como você pode integrar a IA nas suas atividades diárias:
Planejamento
Vá além de suposições e tome decisões assertivas no seu planejamento. As ferramentas de IA conseguem analisar quantidades enormes de informação que revelam tendências de mercado e lacunas de conteúdo da concorrência, identificando os tópicos de maior potencial de tráfego e conversão. Dessa forma, o trabalho deixa de ser manual e o tempo do time é otimizado.
Ajuda nos Rascunhos
No estágio de produção, a IA é uma ótima companheira, mas não uma substituta. Ela pode auxiliar a gerar primeiros rascunhos de forma rápida, resumir pesquisas complexas e, otimizar o texto em tempo real para diferentes canais de distribuição.
Distribuição de Conteúdo
Além de possibilitar a personalização em escala, adaptando a mensagem principal para segmentos específicos, a IA sugere o melhor formato, horário e canal para cada tipo de conteúdo.
A IA analisa o histórico de performance, comportamento da audiência e a saturação de canais, garantindo que o conteúdo certo chegue à pessoa certa, aumentando a eficiência dos gastos em growth.
Governança e Garantia de Qualidade
Use a IA para inspecionar o conteúdo, verificando conformidade com a marca, precisão técnica, plágio e erros gramaticais. Isso garante que as diretrizes éticas e de qualidade estabelecidas sejam aplicadas consistentemente a todo o volume de produção, liberando os editores humanos para focar na revisão de valor, como a autenticidade e a profundidade estratégica da mensagem.
2 – O efeito zero-click dos resumos de IA
Os cliques no seu site estão diminuindo apesar das otimizações? Você não é o único que está lidando com isso. Há anos o marketing de conteúdo usa estratégias de SEO para garantir que sua marca seja vista. Todavia, o surgimento da IA está modificando a jornada do consumidor.
Os números já estão mostrando isso: cerca de 80% dos usuários não clicam mais em sites em 40% das suas pesquisas. Em vez disso, preferem olhar o resumo da IA.
A verdade é que o SEO, sozinho, não será mais o suficiente para garantir visibilidade, apesar de continuar importante. A tendência para o futuro é que as marcas de sucesso se tornem as fontes citadas nas respostas de LLMs como ChatGPT ou Perplexity.
Como transformar sua marca em autoridade para os LLMs?
- Otimize seu conteúdo para os rastreadores de IA;
- Priorize conteúdo profundo;
- Experimente com diferentes formatos do conteúdo (vídeos, textos, infográficos);
- Crie conteúdos interativos.
Como você pode ver, a adaptabilidade está se tornando cada vez mais essencial para o profissional de marketing.
3 – O que vai acontecer com o SEO?
Diante dessa situação, o SEO precisa mudar. Recentemente, o Google lançou novas diretrizes que exigem ainda mais qualidade do marketing de conteúdo. Páginas com conteúdo completo, informações úteis, confiáveis e verificáveis, serão priorizadas. Por isso, fuja de conteúdos rasos e óbvios. Foque, em vez disso, no que você tem expertise, e cite outras autoridades no assunto. Veja algumas dicas:
Foque nas pessoas
Lembre-se que o objetivo final de um bom conteúdo é que as pessoas leiam e encontrem a sua marca. Portanto, faça o conteúdo para elas. Usar estratégias de ranqueamento focadas nas máquinas serão punidas pelo Google.
Como o Google avalia conteúdos?
O Google usa uma série de aspectos para avaliar a qualidade de um conteúdo. O seu método se chama E-E-A-T. Essa sigla vem das seguintes palavras em inglês:
- Experience (Experiência): Refere-se à vivência direta e prática do criador de conteúdo sobre o tópico que está abordando.
- Expertise (Conhecimento Especializado): Indica o domínio técnico e a competência em uma área específica, demonstrando um conhecimento aprofundado do assunto.
- Authoritativeness (Autoridade): Mede a reputação e o reconhecimento de um criador ou site como uma fonte confiável e influente em seu nicho.
- Trustworthiness (Confiabilidade): Avalia a honestidade, a transparência e a segurança de um site ou criador, garantindo que o conteúdo é preciso e ético.
Nem todos os conteúdos precisam atender todos os critérios: é possível focar em alguns mais que outros. No entanto, o Google avisa: a confiabilidade é o critério mais importante.
4 – O que é AEO?
Answer Engine Optimization (AEO) é a otimização de um conteúdo para que ele seja exibido como resposta por mecanismos de busca e assistentes de IA. Em vez de simplesmente ranquear bem, o objetivo é ser a “fonte de verdade” para uma pergunta específica, dominando a área de zero-click.
Alguns dos formatos mais eficazes incluem:
Páginas de Perguntas e Respostas (Q&A):
Crie seções de FAQ ou posts dedicados a responder uma pergunta específica de forma clara e direta. Use títulos como “O que é [conceito]?” ou “Como fazer [tarefa]?”. A resposta deve vir imediatamente após a pergunta, preferencialmente em um parágrafo conciso ou em formato de lista.
Artigos Comparativos Estruturados:
Crie conteúdo que compare produtos, serviços ou conceitos. Estruture o texto com tabelas, listas e resumos que permitam que a IA extraia rapidamente os pontos-chave de cada item. Essa organização é crucial para que a IA consiga sintetizar a informação.
Conteúdo Estruturado (Schema Markup):]
Use dados estruturados (como Schema Markup de “FAQPage”, “HowTo” ou “Review”) para marcar seu conteúdo. Isso ajuda os motores de busca a entenderem o tipo de informação que você está oferecendo e a transformarem seu texto em um rich snippet ou em uma resposta direta da IA, fundamental para dominar a busca conversacional.
5 – Creators: um novo canal de conteúdo
Já pensou em incluir influenciadores ou creators na sua estratégia? Essa parceria pode ser melhor do que parece. Creators têm se tornado verdadeiros curadores para o marketing de conteúdo e de produtos. A partir deles, surgiu uma nova dinâmica comercial, chamada social commerce, ou comércio social.
A nova abordagem permite que os criadores de conteúdo construam suas próprias vitrines ou lojas digitais. Inclusive, já estão surgindo plataformas especializadas para dar suporte a essa nova forma de comércio. Nesses espaços, criadores podem selecionar e organizar itens de diversas marcas em um único lugar, funcionando como uma boutique online. A grande vantagem? O seguidor compra diretamente no site do creator, sem sair do ambiente digital que ele construiu e confia.
Dessa forma, os produtores de conteúdo tornam-se uma ponte essencial entre a descoberta de um produto e a decisão de compra, criando um ciclo virtuoso que beneficia consumidores, criadores e marcas. É um modelo de co-criação de valor, onde a autoridade do creator se une à qualidade da marca, gerando uma experiência de compra mais significativa e direta.
6 – O que mudou em como a sua marca é encontrada?
No mundo de hoje, a confiança é o diferencial que a sua marca precisa. Uma das principais tendências de 2025 é a parceria com influencers e clientes para divulgar produtos de marcas. O conteúdo gerado por usuários (também conhecido como User Generated Content ou UGC) é essencial.
Uma pesquisa da HubSpot mostra que o conteúdo de influenciadores tem o dobro do engajamento comparado a anúncios comuns. Por isso, os micro e nano-creators com audiências nichadas e fiéis são mais eficazes do que grandes celebridades.
Os vídeos têm desempenhado um papel crucial na descoberta de novas marcas. Em 2025, eles continuam a gerar mais alcance e retorno sobre investimento (ROI) do que outros formatos. Vídeos verticais e rápidos, com menos de 60 segundos, são mais atrativos para os consumidores de hoje, e surtem efeitos rapidamente. Vale a pena testar!
7 – Owned media de alta retenção
Apesar de todas as mudanças na SERP, a IA não eliminou a busca tradicional. No entanto, as marcas precisam se adaptar para continuarem sendo descobertas online. Diante disso, a owned media de alta retenção surge como uma opção relevante para criar relacionamento com clientes e leads.
Owned media são canais que a marca controla totalmente, como blogs, newsletters, aplicativos e comunidades. Eles promovem um relacionamento direto e profundo com a audiência, sem depender de algoritmos ou ranqueamentos para ser visto pelos usuários.
8 -Medição além do último clique
Ao implementar novas estratégias, é necessário adotar novas métricas para medir o sucesso de um determinado conteúdo. O último clique não é mais um indicador claro do impacto que a sua marca tem. Veja a seguir quais métricas você precisa considerar:
1) Brand Lift:
Mede como a exposição ao conteúdo (mesmo que sem clique) influencia a lembrança da marca, a consideração de compra e a intenção de busca do consumidor. É medido por meio de pesquisas com grupos expostos e não expostos ao conteúdo.
2) Share of Search
Mede a visibilidade e interesse pela marca que ajuda a entender a posição dela em relação à concorrentes. Esse valor é obtido pela proporção de buscas relacionadas ao seu nicho que mencionam sua marca. Um conteúdo que educa e constrói autoridade tende a aumentar essa fatia.
3) Testes de incrementality
São experimentos controlados que comprovam o valor causal de uma ação de marketing. Por exemplo, uma equipe pode pausar a distribuição de conteúdo em uma região geográfica específica e comparar os resultados de vendas com uma região de controle. Se a região sem o conteúdo apresentar uma queda de vendas, o conteúdo é incremental. Esse método é crucial para justificar o ROI em canais de difícil rastreamento, como o YouTube ou podcasts.
4) Modelagem de Mix de Marketing (MMM) leve
Uma abordagem MMM “leve” ou ágil foca na utilização de dados de alto nível, como investimento em mídia, tendências de mercado e dados econômicos para estimar o impacto das campanhas de marca, que geralmente não geram cliques diretos. Essa metodologia permite que as equipes de marketing mensurem a contribuição incremental de canais above-the-line (como TV, out-of-home ou grandes campanhas digitais de branding) em conjunto com métricas de funil superior (como buscas diretas, tráfego e vendas gerais). Essa análise permite uma visão holística e ajuda a justificar o investimento em ativos de marca em um mundo com menos rastreamento individual.
9 – Uma nova estratégia editorial
A privacidade está cada vez mais em pauta, e precisamos respeitar os nossos leads. Os dados dos leads são essenciais para a estratégia de marketing, mas há muitas restrições na hora da sua coleta. Como remediar essa situação?
É essencial que estratégia editorial integre ativamente a coleta de dados dos leads de forma transparente e ética, oferecendo conteúdo de valor como a principal moeda de troca.
Em vez de rastreamento invasivo, os editores estabelecem um acordo explícito com o leitor: a oferta de informações exclusivas, newsletters especializadas, webinars ou ferramentas interativas em troca do consentimento para fornecer dados como e-mail e preferências.
Essa abordagem transforma a coleta de dados em uma troca voluntária e útil, aprofundando o engajamento do leitor, garantindo a privacidade e, simultaneamente, construindo uma base de dados segmentada e de alta qualidade essencial para a monetização e personalização.
10 – Qualidade com responsabilidade
É inegável que IA a generativa aumentou a conveniência e a produtividade no mercado de trabalho. Todavia, ela também trouxe dilemas éticos e perguntas sobre a qualidade do marketing de conteúdo e a responsabilidade das marcas na sua produção. Agora é o momento para as organizações e criadores estabelecerem políticas claras para o seu uso.
O objetivo principal é garantir a transparência, autenticidade e qualidade do conteúdo. As diretrizes devem ser focadas em valor, originalidade humana e credibilidade, e não apenas em volume. Essa abordagem é vital para manter a confiança do público e evitar a saturação da internet com material sintético de baixa qualidade.
Um olhar dinâmico
A adaptação não é mais uma opção, mas uma necessidade para o profissional de marketing de conteúdo. É preciso continuar aprendendo.
O futuro da visibilidade, da autoridade e do posicionamento das marcas reside em transmitir confiança e achar formar criativas de se relacionar com o consumidor, usando a IA como um co-piloto ao invés de temê-la.
Na Dinâmica, estamos sempre de olho nas tendências e novidades do mercado. O conhecimento e aprendizagem contínua é chave em todos esses processos.
Quer saber mais sobre as tendências para o futuro? Assine nossa newsletter e fique por dentro das novidades.
Se preferir, marque uma conversa com nosso time pelo WhatsApp e entenda o que você pode fazer para acompanhar as mudanças e tendências do marketing de conteúdo.